sábado, 22 de setembro de 2018

PURITANISMO SERÔDIO


Dizia ontem a uma colega do Porto que tinha agora um bom pretexto para regressar à invicta, a exposição de Robert Mapplethorpe. Contava levar a família. A Beatriz fez anteontem 12 anos, a Matilde tem 15. Há 4 anos fomos todos ver o Pieter Hugo à Gulbenkian. A Beatriz tinha 8, a Matilde 11. Quando comprava os bilhetes, a senhora de bilheteira preveniu-me para a violência de algumas imagens. Podiam chocar as miúdas. Descansei dizendo-lhe que estavam habituadas a ver o telejornal. 

Era para ir ao Porto ver a exposição de Mapplethorpe, estava contente, adoro regressar ao Porto e visitar Serralves. Já não vou. O mundo está estranho, esquisito, há um puritanismo no ar que me sufoca, não o entendo, não o compreendo, tinha a esperança de alguma evolução nesta matéria, mas de ano para ano assisto a cada vez mais exemplos de um puritanismo serôdio que me fere e desilude e desespera. Estas formas de censura são um absurdo, como outrora sublinhei com os trípticos da nudez: #1, #2, #3, #4, #5, #6. Queria regressar a Serralves, mas é a eles que regresso. Infelizmente.

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